Essa música é bem antiga, eu tinha uns 6 anos quando ela era sucesso, ela sempre tocava de madrugada nadas rádios enquanto eu ficava em casa sozinho e minha mãe não chegava da prostituição, eu sempre imaginava com essa música que ela havia morrido na rua e não iria chegar mais, eu nem sonhava como era o clipe dela.
O clipe parece até cômico mas a música é bem triste, me lembra morte, tristeza, mágoa, resignação e perca. Além dela lembrar a minha infância, ela parece um pouco com a minha vida amorosa(Ops! Falta de vida eu quis dizer…) : troque a moça loira que parece ser mulher da vida pelos homens heteros que eu gosto, troque o protagonista do clipe por mim: sempre atrás de homens lindos, mulherengos, com milhares de namoradas e eles sempre me desprezando, eu sempre correndo atrás deles oferecendo presentes, me arriscando, gastando mais do que eu posso e eles nem se quer têm pena de mim, não ligam, simplesmente seguem a vida deles e pouco se importam. No clipe também temos um cara que tenta matar a loira o tempo todo, eu vejo muito aqui e no meu entorno, quando eu digo que eu gosto de um cara, sempre tentam ridicularizar dizendo que tal pessoa não é pro meu bico, jogam na minha cara que eu não tenho cacife pra ter algo assim, falam que eu escolho muito, falam que eu tenho que querer um gay igual a mim e não um hetero não se importando se eu sinto atração por gays ou não, sabe, esse cara parecido o Mike Jagger que tenta matar a loira que o rapaz gosta são aquelas pessoas que estão aqui e na minha família que sentem um prazer enorme em me ver fracassar(mãe, gays comuns leitores, ‘amigos(as)) sexualmente, pessoas que adoram ver uma outra se foder porque elas se foderam também.
Sabe aquele ‘amigo’ que lhe diz: é um sonho… é platônico! tipo que dizendo: “eu que sou eu aceitei qualquer merda, por que você não se conforma em pegar uma gay, trabalhar comer e dormir? eu heim! você é depressivo, doente, você tem que engolir uma gay, isso sim! Foda-se o que você sente!” Pois é, é o cara que tenta matar a loira pelo qual o rapaz(eu) é fascinado, para ter o prazer de vê-lo mais frustrado do que já é.
Enfim, eu sou o cara, sempre correndo todo atrapalhado atrás de pessoas que me atraem como se a atração para um gay fosse sinônimo de amor, infelizmente é uma armadilha da natureza grudada em meu corpo que só sairá com a morte.