Eu fui linchado na Vila Mariana porque eu gostava de um cara.
Quando eu estudava no meu ultimo ano de colegial eu estava no colégio Brasilio Machado da
Vila Mariana, ali perto do Lasar Segal. O colégio era conhecido popularmente por BM.
Eu por ser homossexual sempre procurei ser mais reservado em relação à turmas de escola, eu sei que nessa fase as pessoas fazem muito bullying contra quem tenha uma sexualidade diferente. A grande verdade é que jovem e adolescente odeiam de morte homossexuais, por eles viveríamos eternamente na Alemanha nazista. Por isso eu demorava pra fazer amizade.
Um dia descobri finalmente alguém na minha sala que tinha algum tipo de afinidade comigo, havia um cara na sala de aula que adorava falar sobre jogos, desenhos e fases do seriado
Cavaleiros do Zodíaco, na época muito assistido. Eu também gostava desse seriado, então começamos a conversar sobre Cavaleiros do zodíaco e RPG, esse cara que ficava falando sobre tal seriado se chamava Vagner, ele era meio nerd como eu mas era super popular, sabe aquele tipo de pessoa que é do interior mas que faz amizade com todos os tipos de pessoa? Então, Vagner era assim, eu ficava achando muito interessante esse contraste: enquanto eu por ser viado achava melhor não fazer amizade com ninguém para não correr o risco de ser hostilizado ou me apaixonar, Vagner era o oposto, ele tinha vários amigos em todos os locais.
Passaram-se alguns meses e eu já estava tão enturmado com os amigos do tal Vagner que toda hora eu, algumas amigas e pessoas da classe íamos na casa dele fazer um lanche enquanto a mão dele não estava, eu gostava de ir no prédio dele, afinal eu sempre morei em malocões e o meu amigo morava num conjunto de prédios muito botinhos, eu adorava ir lá jogar RPG e me socializar um pouco, eu gostava de todos como amigo, eu desabafava muito sobre esse problema que tenho com Vagner, ele sempre foi religioso e na época eu ainda acreditava em Deus, em sempre falava pra ele que Deus merecia apanhar na cara pois sempre gostava de pessoas que nunca gostavam de mim enquanto todos ao meu redor tinham quem queriam. Eu na época já fazia com Vagner o que eu fazia com esse site: me desabafava. Vagner escutava os meus desabafos e um dia até me levou com a mãe dele para a Igreja Universal, o bispo Macedo inclusive estava lá. Fui tentar tirar o demônio do corpo para ver se virava heterossexual mas não deu muito certo, os pastores que se ofereciam pra tirar o capeta do corpo eram heteros bem atraentes e com aquele olhar vivo que só heteros têm, eu me atraia mais ainda por eles em segredo e não curava bosta nenhuma.
Um dia eu sai do Brasilio Machado e fui pra casa Vagner jogar RPG e comer alguns hambúrgueres como era de costume. Não que eu passasse fome na minha casa, mas os lanches la da casa dele eram muitos saborosos e ainda ficava mais divertido com os amigos dele por lá.
Então paramos de comer e jogar RPG, fomos lá pro playground/quiosque do prédio dele. Lá embaixo era cheio de outros jovens e adolescentes de classe média, eles eram bonitos mas eu sentia algo de hostil em cada um deles. Não era como a turma de Vagner que eu me sentia a vontade, enfim, ignorei isso.
Conversa vai e conversa vem, eu vejo um jovem no playground que ficava causando entre uma outras meninas lá, ele tinha pernas magras, cabeludas, era branco, usava boné, bermuda, tênis calçado pela metade , todo maloqueirão e um olhar muito forte. Ele fazia umas brincadeiras meio obscenas com as meninas , tipo, pegar as bolas que elas jogavam e passar no saco dele mandando vir pegar, eles riam mas no fundo eu notava que elas eram doidinhas por eles. Fui então procurar saber qual era o nome daquele rapaz tão irreverente, primeiro me falaram que era Diogo, depois me atualizaram dizendo que o nome correto dele era Diogo e que ele era meio doido mesmo: gritava, escalava prédio e fumava umas coisas estranhas.
Eu fiquei rapidamente apaixonado por Diogo, ele tinha uma cara de assassino, um olhar forte, cabelos bem pretos e ondulados lindo. Nossa! Eu toda hora falava com Vagner sobre o tal Diogo, perguntava sobre ele a todo momento. Eu só pensava na desgraça do tal Diogo.
Eu amava como Diogo se vestia, adorava quando ele colocava aqueles óculos de surfistas que hoje só os funkeiros usam e o boné, ainda por cima era metido a querer cantar uns trechos de rap, Diogo era bem “vida louca”. Pelo que notei, Diogo também era bem carismático entre os seus amigos, eu olhava pra ele e me sentia uma mulher automaticamente, queria me livrar do meu maldito corpo de viado, colocar um corpo de mulher e dar um beijo roubado nele. Sim, eu queria namorar com aquele cara, eu inventava de tudo pra estar perto do prédio dele, mesmo sabendo que Diogo tinha uns amigos que eram bem barra pesada. Diogo tinha tudo pra ser aqueles traficantes de favela bem loucos , o jeito dele era assim mas deu sorte de nascer numa família de classe média.
Existem rapazes que me dão apenas atração sexual, existem rapazes que me dão vontade apenas de namorar, existem rapazes que me dão as duas coisas, Diogo era do ultimo tipo pra mim.
Uma vez eu estava andando sem pensar em nada perto do bombeiro da Vila Mariana e de repente eu quase esbarro com Diogo, ele estava vestido do jeito que eu gostava: boné, óculos de surfista, blusa de manga cumprida, moletom e tênis daquele redlay que na época fazia sucesso. Ele passou por mim e descaradamente eu fiquei olhando pra trás, eu pagava pau pro estilo dele. Sempre quis um namorado assim meio louco estilo maconheiro de classe média.
Eu comecei então a ir na casa de Vagner com maior frequência. Eu falei para o Vagner que quando eu via o Diogo eu ficava com todos os sintomas de AVC: coluna congelada, parte do corpo paralisada, formigamento, taquicardia, pontos brancos nos olhos, dor na nuca e a sensação de ter borboletas voando dentro da barriga, na verdade eu sinto isso por qualquer cara que eu esteja apaixonado e que fique perto de mim. De tanto eu falar disso com ele, uma vez ele me sacaneou: eu e ele estávamos andando na rua do prédio dele e do nada surge o tal Diogo no meio da rua, Vagner sem pestanejar para ver o circo pegar fogo, aponta de forma super indiscreta para o rapaz e grita:
– OLHA LÁ O SEU Diogo!
Fiquei muito envergonhado, afinal o Diogo percebeu e ficou nos olhando, eu falei para o meu amigo colocar mão no meu peito ver como eu estava quase tendo uma parada cardíaca. Da mesma forma que eu era apaixonado por Diogo eu também tinha muito medo dele, ele até hoje tem cara de assassino.
Uma vez o meu amigo e o irmão dele não aguentaram mais eu ficar toda hora falando do Diogo,então eles se irritaram e mandaram eu escrever logo uma carta para ele me declarando.
Eles queriam ver eu me fodendo, então eu fiz a tal carta que virou motivo de riso de todos, fiz a carta e fizemos com que a missiva chegasse as mãos de Diogo, eu nesse dia fiquei muito nervoso, afinal eu já havia levado um fora e sabia como isso é triste e perigoso na minha situação. Pois bem, o Diogo leu a carta na frente de todos os seus amigos barra pesada que ficavam atentos ao que havia escrito nela. No final, o senhor Diogo teve uma reação: para variar ele rasgou a carta e gritou bem alto pra mim: – EU NÃO GOSTO DE HOMEM NÃO, SEU GALINHA!
Bom, poderia ter sido bem pior. Mesmo assim eu fiquei tremendo de medo, sem graça e perplexo.
No outro dia Diogo nem lembrava mais disso. Eu era muito nerd e Diogo era muito moderno e descolado, eramos muito diferentes.
Então eu inventei outra forma de ficar “perto de Diogo”, na rua do prédio dele e do meu amigo, havia um orelhão (telefone público) que eu havia feito o inferno para descobri o número. Todo mundo ficava sentado na calçada daquele orelhão, afinal a rua era sem saída. Então eu ligava lá me passando por mulher pra passar trote e ver se eu matava a saudade de Diogo, bem, eu liguei algumas vezes mas por telefone Diogo era super irritado e nervoso, mesmo assim eu gostava de falar com ele, me sentia uma mulher discutindo com o seu namoradinho, eu adorava. Eu ligava para lá de noite e sempre pedia pra falar com ele. As vezes ele não queria me atender e aí os amigos barra pesada atendiam e ficavam falando putaria comigo, bom, eu gostava do Diogo mas não tinha compromisso nenhum com ele, então eu deixa os amigos dele falar sacanagem com o meu personagem de puta no telefone. Os amigos de Diogo tratavam o meu personagem bem, os caras eram fogosos, mas Diogo me tratava mal e eu queria ele, mesmo assim, eu deixava rolar.
Esse orelhão então virou motivo de discórdia, vários caras iam pra ele pra falar comigo, uns pra me zoar, outros pra tentar me comer, outros pra cantar, enfim, aquilo estava ficando muito notório.
Eu parei de ligar pois eu vi que estava incomodando, mesmo assim eu fiquei sabendo que depois que eu parei de ligar, outras pessoas começaram a fazer o mesmo mas quem levava fama ainda era o meu personagem. Esse orelhão ficou maldito e eu fiquei com medo do monstro que criara.
Teve um dia que Vagner fez aniversário e me chamou para a casa dele, isso é raríssimo com que é gay, mas vá lá, eu com as minhas histórias de Diogo era motivo de risos pra todos, então fui chamado, cheguei lá umas 19 horas. Aquilo tudo era muito novo pra mim: amigos me chamarem, eu na condição de viado nunca tive amigos direito, principalmente aqueles amigos que nos zoam e que a gente zoa eles, esses tipos de amizade é que me fazem me sentir eu mesmo e melhor. Pois bem, cheguei à casa de Vagner e ele estava com vários amigos e amigas dele por lá, na época o tipo de música que mais tocava nas rádios era o Axé cujo ícone de maior sucesso era o grupo É o Tchan e sua dançarina Carla Peres. Ele colocou várias músicas desse grupo para tocar em sua festinha. Bebemos bastante e fomos para a rua, ficamos eu , ele e suas amigas e amigos sentados na calçada conversando, nisso já era quase meia noite e eu tinha perdido o horário do meu ônibus, eles acharam melhor eu nem ir pra casa mais. Então continuamos na rua sentados na calçada do tal orelhão a noite naquele clima gostoso de interior. Então do nada surge Diogo, ele vem andando sem nenhum tipo de vergonha e senta-se bem ao meu lado. Eu adorei aquela energia dele perto de mim mas ao mesmo tempo travei, fiquei apavorado com medo do gato que estava bem perto de mim.
Todo mundo que era bem certinho naqueles prédios evitavam o Diogo, então os meus amigos foram indo embora para dentro do prédio, não se era para evitar o rapaz ou se era proposital para deixa-lo perto de mim sozinho, afinal eu enxia 24 horas o saco dos meu amigo de tanto falar dele, eu quando gosto de alguém eu falo toda hora desse alguém, é incrível.
Bom, eu travei, poderia ter puxado assunto com o Diogo mas eu fiquei apavorado, era como seu tivesse ao lado de um lobisomem na mata. Então eu fingi que seguia os meus amigos em direção à entrada do prédio e nem falei com Diogo, mesmo dentro de mim estando doido de vontade pra cair no colo dele.
Alguns meses depois , depois de terminar as minhas aulas, ao invés de seguir direto para a minha casa, eu cismei de ir na casa do Vagner, senti uma coisa muito ruim no peito, na verdade eu não queria ter ido mas forcei a barra, eu senti algo ruim, não sei se era coincidência ou não. Dentro de mim dizia que eu não deveria ir lá. Mas eu insisti, afinal eu, viado que sou, sem amizades, ficava meio carente de ir lá, além disso eu tava apaixonado pelo vizinho do meu amigo.
Bem, eu não me recordo como mas eu fiz com que os rapazes para os quais eu passava trote soubesse que aquele personagem que ligava para eles, era eu. Tudo na ilusão de ser aceito, compreendido, ter mais amigos e ficar perto do cara que eu gostava. A gente que é viado sempre sonha em se abrir para o cara que a gente gosta e sempre acabamos nos fodendo.
Cheguei na casa de Vagner, fiz um lanche, jogamos videogame , então chegou uma amiga dele que queria ir à padaria, o nome dela era Pâmela, ela sentia um pouco de medo daqueles amigos do Diogo e me perguntou se eu poderia acompanhá-la até a padaria, ela era da minha sala de aula e eu já estava acostumado a ser um PET dela. Todo gay tem enorme tendencia a virar um capachinho de amiga e eu era meio capachinho dela, sempre eu a acompanhava em vários lugares mesmo, então eu me despedi de Vagner e seu irmão e fomos pra rua em direção à padaria.
Quando eu e Pâmela estávamos andando na rua , naquela calçada daquele mesmo orelhão que eu tornei famoso, os amigos de Diogo lá em cima numa praça comeram a me provocar gritando:
– OH SEU FILHO DA PUTA!
Eu ignorei e fingi que não era comigo, continuei a acompanhar a minha amiga com um bom PET de mulher. De novo os amigos de Diogo começam a me gritar me chamando de filho da puta, viado e outras coisas. Então Pâmela começa a me dizer que eles estavam falando de mim. Eu a deixei lá
e fui tirar satisfações com os rapazes que me xingavam. Subi lá e eles se queixaram que eu ficava ligando pra lá enchendo o saco , me passando por mulher e que por isso eu era um filho de puta.
Diogo não estava entre os tais rapazes, eu nem o vi esse dia, porem todos ali eram amigos muito íntimos de Diogo, um deles veio me encarar bem de perto, o pior é que ele era cheiroso, tinha olhos verdes e assim como bom héterossexual besta que era, sobre aquele clima de escola onde o
“porra, vai deixar?” reinava, ele me encarou, o nariz dele praticamente encostou no meu, o pior e mais irônico de tudo é que aquele mesmo rapaz que se preparava para brigar comigo, me atendia vários fetiches meu, tudo bem que eu estava apaixonado pelo Diogo, mas Diogo era uma paixão platônica que nem ligava pra mim, já o menino que me encarava estava com o nariz encostando no meu, eu sentia o cheiro dele, era justamento ele que quando eu ligava me passando por mulher, ficava querendo me comer e que acabava me excitando. Eu estava com esse mesmo cara colado no meu rosto, aqueles olhos verdes bem pertinhos do meu, ora, como o mundo masculino é cruel e besta, se eu fosse mulher, eu poderia estar da mesma forma o beijando, mas não ele queria me encarar que nem lutadores de boxes fazem. Eu não queria brigar mas ele me ofendera demais por quase nada. Eu queria é me aproveitar e meter um beijo na boca daquele vagabundo pra finalmente matar a minha virgindade de afeto, eu nunca beijei ninguém na minha vida até hoje.
Mas então esse cara fez algo que me irritou muito, ele cuspiu em minha roupa.
Mandei ele limpar, ele não limpou então fomos pras vida de fato, meti um soco na cara dele, porem os amigos dele vieram tudo pra cima de mim, eu sou gay e não faz parte do meu mundo ficar brigando com ninguém na rua, não era o caso deles, rapazes muito habilidosos no empreendimento da violência. Ainda por cima eu estava do lado de um campinho de futebol com outros amigos deles ainda maiores, fiquei com medo de o campo de futebol todo e os amigos do Diogo virem pra cima de mim.
Todos os amigos do Diogo, a minha paixão, me bateram sem nenhum romantismo, eram mais de 12 caras de uma só vez me chutando, me dando soco, tentando me fazer cair para me dar chutes na cabeça, por muito pouco eu não cai mas apanhei muito, até que os caras do campinho de futebol vieram, eu pensei comigo: pronto, agora eu não vou conseguir resistir por muito tempo. Eu iria ter o fim que muitos homossexuais acabam tendo, morrer de forma covarde não de ignorantes.
Então do campinho de futebol surge um rapaz até parecido com Diogo, o apelido dele era Neto, ele era mais velho e um pouco mais alto que ele. Neto põe a mão em meu peito, separa a briga e recrimina a covardia que os amigos de Diogo estavam fazendo comigo. Para a minha sorte, os caras que estavam jogando futebol eram um pouco mais velhos e não apoiaram o linchamento que eu sofri. Mesmo assim eu ainda estava querendo bater naquele rapaz que cuspiu em mim e ele dizia que nós poderíamos terminar a nossa briga em um outro local , ele estava com a mão na boca, pelo visto o soco que eu dei dele doeu mas não foi nada perto do ataque covarde dos amigos dele. Outra desvantagem: eu me sentia atraído com tantos rapazes bonitos me tocando.
Pra você que é heterossexual pode parecer uma safadeza, mas se coloque no meu lugar: se uma mulher atraente, de corpo sensual fosse pra cima de você com as amigas delas ficar roçando o corpo delas em suas partes, você não ficaria confuso sem saber se sentia tesão ou raiva?
Bom, felizmente Neto parecia ser daqueles jovens mais sérios que não era ruim mas que todo mundo respeitava. Ele era parecido com Diogo um pouco e eu o achava bonito também, de certa forma o Neto me salvou de algo pior, afinal Vagner e seu irmão não sabiam que eu estava ali ainda.
Então vieram as mães desses jovens que me lincharam, elas era mães também muito bonitas e me questionavam por que eu havia ligado para aquele orelhão , qual era o meu propósito em ficar ligando pra lá. Elas mais se preocupavam em eu ter ligado no orelhão pra passar trote do que o meu estado físico. Todas me cercaram e eu respondi a elas que eu não estava ali para agradar ninguém, eu quis ir embora sozinho e a pé como sempre eu fiz, nisso chegou do trabalho a mãe do meu amigo, ela queria entender tudo aquilo que estava acontecendo, então ela e minha amiga me aconselharam a não deixar eu ir embora a pé pois aquele rapaz que havia cuspido em mim e me encarado, iria com a sua turminha dele atrás de mim. Como ele mesmo já havia sugerido, para ele eu tinha que continuar a briga em outro local com, ele falava enquanto as mães me interrogavam:
–SE VOCÊ QUISER CONTINUAR EM OUTRO LOCAL, É SÓ FALAR, VAMOS! POR MIM NÃO TEM PROBLEMA!
Então a mãe do meu amigo mandou eu entrar no carro dela e aí ela me tirou de lá de forma mais segura. A mãe do meu amigo já era por natureza meio brava e não gostava muito também daquele rapaz que queria continuar brigando comigo.
Bom, eu não sei se o Diogo soube da história, seria muito triste e humilhante ele também me batendo junto com os outros. Talvez até seria pior pois eu não iria conseguir reagir.
Me senti muito mal em saber que a minha sexualidade, ao contrário da dos outros, não me causa nenhum prazer mas só desgraças atrás de desgraça. Hoje todas essas pessoas são casadas, têm filhos e eu continuo da mesma forma. Vagner virou crente de vez e cortou relações comigo e com Diogo.
Diogo tomou anabolizante, ficou com o corpo mais cheio, mais feio mas mesmo assim, tem uma presença forte. E eu? Eu continuo um viado sem ninguém forever alone.
Para quem tem curiosidade, o orelhão ficava onde agora está essa placa de “Proibido Estacionar”, na foto.