Eu estava vendo um vídeo que falava sobre os prós e contras de se fazer pacto com entidades, segundo ele, algumas pessoas têm a vida melhor as vezes porque os seus ancestrais serviram à risca essas entidades enquanto outras têm a vida fodida por maldições que se recaíram sobre a sua ancestralidade. Algumas vidas são como rios com destinos meio que certo, seja ruim ou bom, mas quando você faz um pacto, dizem que você é tirado desse rio que é sua vida, para ser jogado em outro completamente diferente do planejado, tudo pode mudar, inclusive se você não tomar cuidado, para pior.
Muitas pessoas querem fazer o pacto para se aparecerem com pessoas perigosonas, outras que desejam realizações pessoais que lhes parecem fora de alcance essa busca é tão antiga quanto o próprio homem pois desde o início dos tempos a humanidade luta contra o próprio destino.
Para entender isso precisamos falar sobre o que chamo de fluxo natural da vida esse fluxo é uma corrente invisível uma espécie de estrada pela qual cada ser humano é conduzido de acordo com sua natureza e com as influências espirituais que o cercam, algumas pessoas por exemplo parecem prosperar em qualquer situação suas vidas fluem com facilidade como se fossem abençoadas em algumas famílias podemos ver gerações de sucesso como se uma força invisível estivesse ali para guiá-las é comum em tradições antigas falar de protetores familiares, entidades ou forças que zelam por certas linhagens mantendo-as prósperas.
Por outro lado existem famílias que parecem marcadas por infortúnios, gerações que sofrem com dificuldades com pobreza com doenças e que parecem nunca conseguir romper esse ciclo, essas famílias meus caros podem estar sob a influência de forças negativas de entidades que por alguma razão bloqueiam o seu caminho natural, não é à toa que na Kabala se diz que o sangue carrega em si tanto a luz quanto as sombras dos que vieram antes de nós, esse fluxo não é imutável mas é necessário um esforço tremendo ou uma intervenção externa para alterá-lo os impactos entram em cena justamente para aqueles que desejam desviar desse fluxo natural de impedimentos.
Os pactos entram em cena justamente para aqueles que desejam desviar desse fluxo natural podre quando uma pessoa se sente presa em um ciclo que não consegue romper, ela pode optar por buscar uma entidade que ajude a sair dessa estrada que parece traçada para ela, os pactos assim se tornam uma tentativa de redefinir o próprio destino de escapar das correntes invisíveis que nos empurram para caminhos que nem sempre desejamos. No entanto alterar o fluxo não é algo que se faça impunemente e há sempre um preço a ser pago, exemplos disso podem ser encontrados nas escrituras na Bíblia, o primogênito era muitas vezes o herdeiro das bênçãos como um recipiente natural da prosperidade no entanto temos casos em que essa bênção é transferida para outro, veja Jacó e Esaú o direito de primogenitura foi negociado trocado redirecionado essa transgressão do fluxo natural levou a conflitos e consequências pois quando se interfere com o destino o equilíbrio precisa ser restaurado de alguma forma, hoje essa bênção não está restrita ao primogênito mas o princípio permanece aqueles que são abençoados com proteção espiritual podem prosperar enquantos que carecem de tais forças enfrentam mais dificuldades, para alguns essa disparidade é tão evidente que eles procuram pactos para obter a sorte que parece destinada a outros!
Eu não sei, só sei que muitas pessoas como Nikolas Ferreira, passam pela minha vida nas academias, escolas e trabalho, prosperam do nada, têm a vida sexual fluída e a vida delas é uma escadinha: todo dia sobe um degrau. Enquanto a minha é uma boca de ralo sem fim, sempre eu sou aquele que as pessoas nos lugares cismam de me doar roupas velhas por eu ser necessitado ou simplesmente saem correndo de perto de mim por achar que vou pedir alguma coisa. É uma lástima. Então postei esse texto no vídeo que eu falei acima:
“Será que tenho uma maldição na minha vida?
Fiquei pensando quando no vídeo foi dito que algumas pessoas nascem de uma forma mais positiva e outras não, eu sou do time das que nasceram mal: desde pequeno morando em cortiços que posteriormente eram despejados, sempre vivi cercado de gente bagunceira, malandros, viciados, moradores de rua e traficantes.
A minha mãe era mulher da vida e eu sou gay, ela sempre teve quem quis e eu até hoje sou mais que virgem, nunca tive absolutamente ninguém e pra complicar agora na velhice a minha mãe só acumula doenças e mais doenças que não tenho condições nem com o saque do FGTS para tratar.
Nos empregos, vejo gente com conhecimento menor que eu prosperando e do nada ganhando mais que eu, enquanto eu fico ganhando pouco e por um fio sempre pra ser mandado embora, eu não sei o que tem em mim que sempre em todas as tarefas todo mundo me supera, o que eu faço nunca está bom e as pessoas sempre me detestam e fazem “panelinha” contra mim, como eu sou calado, na minha, mesmo quando estou certo, todos ficam contra mim.
Desde pequeno sempre gostei dos bairros luxosos como Itaim Bibi, Morumbi, Moema a ponto de quando passava por eles e tinha que voltar pra casa, começava a chorar. Em todos os lugares que eu gosto de frequentar sempre eu sou o mais pobre, aquele que as pessoas acham bom doar as coisas pra mim, isso me dá vergonha, me dá ódio, sempre eu sou o mendigo que precisa de tudo da turma. Como isso me irrita! Enquanto isso, um monte de gente que eu vejo que não presta e não liga pra nada, consegue oportunidades melhores que eu, os seus pais são de classe média, andam sempre de carro próprio, bancam os seus estudos, estudam em bom colégios, têm a vida sexual farta e fluída. Por que? A minha família foi amaldiçoada?
Uma vez joguei 400 reais no lixo pra uma moça da Rádio Mundial que dizia falar com os mentores das pessoas, falar com os meus e ver o motivo da minha vida ser uma eterna boca de ralo. Em resumo ela me disse que em uma vida passada na Itália eu trapaceei para ter as coisas e hoje pedi para nascer na pior e só crescer quando estudar muito.
O problema é que eu nunca tive saco para estudar. Fiz duas faculdades que era melhor não ter feito, até hoje só ganho 300 reais a mais que o salário mínimo, sendo que antes de eu concluir essas faculdades eu ganha 100 reais a mais. Enfim, hoje moro na cracolândia, um lugar que é horrível, podre, morro de ódio e desesperança de ter que sair na rua pra comprar alguma coisa e ver noia, malandro por todos os cantos me perturbando, gente fodida caida na minha porta, som alto de forró até às 4h da manhã, gente com som no talo na rua “feliz” tomando cachaça rodeada de criança maluca gritando até de madrugada, com lixo e fezes pra tudo que é canto. Tem gente que não liga, não se importa, mas eu ligo! Por isso tudo odeio a minha vida. As vezes penso no tal do pacto, mas fico pensando se essas coisas existem mesmo e por que raios uma entidade iria querer me ajudar? E depois de morto, será que essas entidades não fariam a minha vida pior do que já é agora? Não sei! Eu tenho medo tanto desses demônios como desses anjos, esses seres só ajudam gente como Neymar, pra mim, é tudo lixo e miséria.”
Por falar em academia, decidi largar a minha academia em Indianópolis , o pessoal lá , embora tentasse forçar uma naturalidade temporária, não se sentia bem comigo lá, sabe quando você olha pra alguém mas o “santo não bate”, mesmo você tentando sorrir ou tentando ser educado?
Eu sentia que as pessoas lá me aturavam por educação, por contrato social, nada mais, algumas eu até arriscava adicionar no Whatsapp mas nem me respondiam, o avatar ficava sem foto(quando não te adicionam ou te bloqueiam) . O lugar também estava me fazendo mal psicologicamente, afinal tinha lá um daqueles heteros alfa que me atraem fazendo eu ficar todo atrapalhado na presença dele, como sempre, eu não podia me manifestar pois o viado que gosta de heteros e sem amigos como eu, sempre tem que engolir os sentimentos e fingir que eles não existem, afinal de contas, expô-los só me trouxe problemas e desgraças até hoje. Também me deixava profundamente infeliz pessoas do meu lado chegando de Porsche enquanto eu me sacrificava para chegar de trem quando tinha dinheiro para pagar a passagem, é muito discrepante. Ok, o lado bom de estar perto de pessoas assim é que você não vê aqueles machos escrotos de periferia que só sabem falar gíria , cuspir no chão e te invejar achando um evento galático o simples fato de você comprar um vidro de azeite de 42 reais e escolher não entrar num trem ou ônibus lotado para esperar um outro mais vazio. Macho de periferia quer correr pra pegar transporte público como se estivesse fugindo de uma invasão alienígena, quer ouvir música alta, quer falar gíria, quer ser espertão, ama falar e dar detalhes do que faz dentro do banheiro… salvo algumas exceções. Já as mulheres não são muito diferentes, vulgarizam tudo, entram num trem lotado como se estivessem fazendo um grande negócio, acham que a vida é só comprar “mistura”, arrumar a casa e ser esperta em todas vezes possíveis. Eu não me sinto bem perto de gente assim. Os ricos me desprezam mas não me cobram viver nada desagradável da vida deles, nem tentam impor nada de vulgar na minha vida como os pobres tentam.
Larguei a academia pois já estava farto de ver as pessoas donas de Porsche me olhando com estranheza , elas também me causavam recalque, afinal, como se não bastasse eu ser um falido afetivo sexual eterno, ainda tinha que lembrar tinha que juntar dinheiro pra pegar trem enquanto meu colega que suava fazendo exercícios ao meu lado tinha duas Porsches pra escolher vir na academia ostentar, além de ter a vida sexual PERFEITA. Isso é um tapa na minha cara!
O povo nem liga pra isso, mas eu ligo. Talvez se eu transasse com deus e o mundo a fora, tendo uma sexualidade normal, como a maioria tem, eu nem ligasse pra isso, mas não é o meu caso.
É por isso que eu fico tão fascinado por essas histórias de pactos com entidades e a morte, pra mim as duas únicas formas de me livrar dessa vida putrefa que eu tenho.
AI QUE VIDA LIXO! MEU PAI!
